Recebi esse texto via Email e resolvi compartilhar, pois diz respeito a criação de filhos. Apesar de eu não ter filhos, é muito do que eu penso como filha, futura mãe e psicóloga.
Geraldinho Farias
(Uma crítica ao modelo de educação de filhos em voga.) Filhocentrismo. Seu cerne: filhos blindados contra frustrações. Desconhecem limites e o “não” de seus pais.
Os pais são meros serviçais. Não há um papel regulador, limitador, orientador. Do trono – conveniências, audácias, caprichos - crianças impõe aos pais a condição de expectadores de criaturas indomáveis, coadjuvantes de reizinhos e princezinhas.
Pais que vêem o filho mexendo na casa alheia num adereço que poderá quebrar. Apenas assistem. Ele quebra e... Nenhuma repreensão ou reparação. O script se cumpre, afinal são apenas expectadores!
Amigos que, preocupados com alguma situação de risco – agressão a outro amiguinho, por exemplo, dão um delicado alerta: “Presenciei o... (Reizinho) brincando de forma agressiva com o amiguinho. Poderia tê-lo machucado”. Os pais desconfiam da denúncia, incrédulos quanto à possibilidade do Reizinho ser capaz de machucar...
Dentre as lamentações quando diante de juvenis que atropelam regras e orientações estão os consagrados “Dei tudo o que pude”, “Faço todo o possível”, “Não lhes falta nada”. O “dar” refere-se a coisas, presentes, patrocínios. O “dar” é “coisificação”, apenas. É como se enchê-los de tudo fosse o bastante no cumprimento do seu dever. Dá-se coisas, sonega-se disciplina, orientação, o que é vital à maturidade responsável. Cumprem bem a roupagem de meros abastecedores de filhos consumistas e insaciáveis, e só.
Respostas duras e mal-criadas nocauteiam pais em praça pública. No super-mercado a princesinha quer o brinquedo. Pede, pede... Os pais respondem: “Não! Não!" Usa pálidos argumentos: é "caro demais”; “hoje não dá”; “se chorar aí é que eu não dou mesmo”. Aí a Princesinha aumenta os decibéis, espezinha e berra à exaustão. Então, constrangidos, os pais cedem... Você já presenciou esta cena?
O mundo é trazido para dentro de casa através dos fios ópticos da internet. E contam com a conivência de pais que não acompanham, não supervisionam o conteúdo. Cada vez mais precoce, vestem-se à moda, usam a última tecnologia. Coisas presentes, orientações ausentes.
Uma tendência é a “terceirização” da educação. Transferem a tarefa para a Escola ou Igreja. Miram naqueles que seriam apoiadores, parceiros. Estão prontos ao denuncismo quando estes braços não conseguem conter, regular os monarcas juvenis. Reclamam à exaustão na tentativa de convencer que cabe aos professores e educadores a tutela de suas criaturinhas.
Flagrante omissão custa caro. Os resultados estão aí: Noticiários repletos de infratores senhores da própria vida, espaçosos, ultrajadores dos direitos alheios e das regras de convivência. Jovens que ocupam vagas reservadas para idosos; furadores de filas; afrontadores dos mestres. Humilhadores criativos e impiedosos dos amigos (bullying). Pais impotentes à luz do dia e sob testemunhas atônitas. Os "senhorzinhos" dos anéis manipulam, xingam e afrontam sem dó: São absolutos!
As Fundação Casa (antiga FEBEM), Centros de Detenção Provisória e as instituição que tratam dependência química estão abarrotadas de ex-reizinhos e ex-princesinhas num conto de fadas às avessas. E pais chorando... Tarde.
Educar, intervir, ensinar é demonstração prática de amor aos nossos filhos. Quando faltamos, sobram prejuízos incontáveis: Para a família e para a sociedade. Somos formatadores. É melhor dizer “não” e impor limites – ao custo momentâneo da incompreensão, que se omitir e viver pesadelo futuro. Nós, pais, somos artesãos da cidadania: A didática dos direitos/deveres, causas/efeitos, bem/mal, o certo/errado, estão sob nossa responsabilidade. O remédio às vezes é amargo, mas é necessário.
A relação familiar não é um conto de fadas; nossa casa não é um castelo; e a tratativa não pode ser entre monarquinhas e súditos; os bruxos não estão lá fora. A “realeza” está na educação responsável. Portanto, não basta ser pai: Tem que disciplinar!
Os pais são meros serviçais. Não há um papel regulador, limitador, orientador. Do trono – conveniências, audácias, caprichos - crianças impõe aos pais a condição de expectadores de criaturas indomáveis, coadjuvantes de reizinhos e princezinhas.
Pais que vêem o filho mexendo na casa alheia num adereço que poderá quebrar. Apenas assistem. Ele quebra e... Nenhuma repreensão ou reparação. O script se cumpre, afinal são apenas expectadores!
Amigos que, preocupados com alguma situação de risco – agressão a outro amiguinho, por exemplo, dão um delicado alerta: “Presenciei o... (Reizinho) brincando de forma agressiva com o amiguinho. Poderia tê-lo machucado”. Os pais desconfiam da denúncia, incrédulos quanto à possibilidade do Reizinho ser capaz de machucar...
Dentre as lamentações quando diante de juvenis que atropelam regras e orientações estão os consagrados “Dei tudo o que pude”, “Faço todo o possível”, “Não lhes falta nada”. O “dar” refere-se a coisas, presentes, patrocínios. O “dar” é “coisificação”, apenas. É como se enchê-los de tudo fosse o bastante no cumprimento do seu dever. Dá-se coisas, sonega-se disciplina, orientação, o que é vital à maturidade responsável. Cumprem bem a roupagem de meros abastecedores de filhos consumistas e insaciáveis, e só.
Respostas duras e mal-criadas nocauteiam pais em praça pública. No super-mercado a princesinha quer o brinquedo. Pede, pede... Os pais respondem: “Não! Não!" Usa pálidos argumentos: é "caro demais”; “hoje não dá”; “se chorar aí é que eu não dou mesmo”. Aí a Princesinha aumenta os decibéis, espezinha e berra à exaustão. Então, constrangidos, os pais cedem... Você já presenciou esta cena?
O mundo é trazido para dentro de casa através dos fios ópticos da internet. E contam com a conivência de pais que não acompanham, não supervisionam o conteúdo. Cada vez mais precoce, vestem-se à moda, usam a última tecnologia. Coisas presentes, orientações ausentes.
Uma tendência é a “terceirização” da educação. Transferem a tarefa para a Escola ou Igreja. Miram naqueles que seriam apoiadores, parceiros. Estão prontos ao denuncismo quando estes braços não conseguem conter, regular os monarcas juvenis. Reclamam à exaustão na tentativa de convencer que cabe aos professores e educadores a tutela de suas criaturinhas.
Flagrante omissão custa caro. Os resultados estão aí: Noticiários repletos de infratores senhores da própria vida, espaçosos, ultrajadores dos direitos alheios e das regras de convivência. Jovens que ocupam vagas reservadas para idosos; furadores de filas; afrontadores dos mestres. Humilhadores criativos e impiedosos dos amigos (bullying). Pais impotentes à luz do dia e sob testemunhas atônitas. Os "senhorzinhos" dos anéis manipulam, xingam e afrontam sem dó: São absolutos!
As Fundação Casa (antiga FEBEM), Centros de Detenção Provisória e as instituição que tratam dependência química estão abarrotadas de ex-reizinhos e ex-princesinhas num conto de fadas às avessas. E pais chorando... Tarde.
Educar, intervir, ensinar é demonstração prática de amor aos nossos filhos. Quando faltamos, sobram prejuízos incontáveis: Para a família e para a sociedade. Somos formatadores. É melhor dizer “não” e impor limites – ao custo momentâneo da incompreensão, que se omitir e viver pesadelo futuro. Nós, pais, somos artesãos da cidadania: A didática dos direitos/deveres, causas/efeitos, bem/mal, o certo/errado, estão sob nossa responsabilidade. O remédio às vezes é amargo, mas é necessário.
A relação familiar não é um conto de fadas; nossa casa não é um castelo; e a tratativa não pode ser entre monarquinhas e súditos; os bruxos não estão lá fora. A “realeza” está na educação responsável. Portanto, não basta ser pai: Tem que disciplinar!
Geraldinho Farias